Este artigo analisa as cidades criadas nas frentes pioneiras de colonização agrícola no Brasil do século XX. Como múltiplo estudo de caso, em perspectiva comparativa, são analisados os empreendimentos privados de colonização do norte do Paraná e do norte do Mato Grosso, além da iniciativa estatal na Amazônia, que criaram conjuntos de novas cidades no período entre os anos 1930 e 1970. Apoiada em extensa bibliografia, a análise considera a concretização de ideias urbanísticas em circulação global, as formas urbanas produzidas e seu contexto cultural. Como resultado o trabalho reconhece a transformação física do território atrelada à noção de desenvolvimento das políticas governamentais vigentes; o trabalho remoto dos projetistas das novas cidades como produto de experiências metropolitanas; a adaptação seletiva, a transformação e o hibridismo das ideias urbanísticas incorporadas; o planejamento regional tributário do ideário cidade jardim, com estrutura urbana hierarquizada e configuração de regiões urbanas; a arte urbana como preceito para os projetos desenvolvidos majoritariamente por engenheiros na primeira metade do século em contrapartida à hegemonia da cidade funcional dos arquitetos no período posterior; e, por fim, a prevalência da grelha como padrão de traçado urbano.
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