Abstract
Este artigo analisa as cidades criadas nas frentes pioneiras de colonização agrícola no Brasil do século XX. Como múltiplo estudo de caso, em perspectiva comparativa, são analisados os empreendimentos privados de colonização do norte do Paraná e do norte do Mato Grosso, além da iniciativa estatal na Amazônia, que criaram conjuntos de novas cidades no período entre os anos 1930 e 1970. Apoiada em extensa bibliografia, a análise considera a concretização de ideias urbanísticas em circulação global, as formas urbanas produzidas e seu contexto cultural. Como resultado o trabalho reconhece a transformação física do território atrelada à noção de desenvolvimento das políticas governamentais vigentes; o trabalho remoto dos projetistas das novas cidades como produto de experiências metropolitanas; a adaptação seletiva, a transformação e o hibridismo das ideias urbanísticas incorporadas; o planejamento regional tributário do ideário cidade jardim, com estrutura urbana hierarquizada e configuração de regiões urbanas; a arte urbana como preceito para os projetos desenvolvidos majoritariamente por engenheiros na primeira metade do século em contrapartida à hegemonia da cidade funcional dos arquitetos no período posterior; e, por fim, a prevalência da grelha como padrão de traçado urbano.
Highlights
This paper analyzes new towns created in twentieth-century Brazilian pioneering agricultural frontiers
The paper states the physical transformation of the territory as part of the development notion depicted in governmental policies; new town planners’ remote work as a product of metropolitan experiences; selective-adaptation, transformation and hybridization of related planning ideas; regional planning stemmed from the garden city ideal, regarding hierarchical urban structure and the configuration of urban regions; urban art as the design orientation for layouts prepared by engineers in the first half of the century in contrast to the hegemonic functional city produced by architects in the following half-century; and, lastly, the grid as the prevalent urban layout pattern
Urban planning in a changing world: the twentieth century experience
Summary
A grelha foi o padrão de traçado urbano que prevaleceu nas cidades novas planejadas nas frentes de colonização aqui consideradas, tanto nos layouts consoantes com os princípios da arte urbana quanto nas “cidades funcionais”. O uso criativo da grelha é notável nas cidades novas do norte do Paraná (ROSANELLI, 2014), precisamente naquelas cidades projetadas por engenheiros na primeira metade do século, cuja formação recorreu aos ensinamentos da arte urbana. Pois definiam o formato da cidade consoante com as particularidades do sítio; evidenciavam o coração da cidade estabelecido no centro geométrico da forma urbana; aí criavam um centro cívico com a composição de edifícios, espaço livre, ornamentos e vegetação, respaldado por uma configuração das vias principais que recorria a motivos formais clássicos, como o trivium (Figura 9). Como em Brasil Novo, ganharam especificidade pela função que desempenham na vida urbana– praça ecumênica, praça cívica, praça administrativa-, mas formalmente não mereceram tratamento específico
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