O artigo apresenta uma experiência pedagógica desenvolvida junto a estudantes de anos iniciais do ensino fundamental de uma escola pública no município de Palmeira das Missões, RS. A experiência foi desenvolvida através da temática “Classificação biológica dos seres vivos” que objetivou a percepção dos estudantes através de seus conhecimentos cotidianos sobre a forma de organização e classificação da diversidade dos organismos vivos, possibilitando avaliar e discutir as diferenças em relação à classificação biológica, sem, contudo, propor a exclusão de um conhecimento por considerar o outro o correto. Além, disso, oportunizar aos alunos no desenvolvimento de habilidades científicas, associadas ao observar, organizar, classificar, propor modelos, argumentar e relatar oralmente. A pesquisa teve como instrumento investigativo a construção em grupos de cartazes, apresentando um sistema de classificação biológica a partir da observação de 36 imagens (fotográficas) contendo diferentes exemplares de animais, vegetais, fungos, vírus, bactérias e protozoários. Os alunos foram observados em cada grupo por um dos pesquisadores e além de organizarem o sistema classificatório, deveriam estabelecer critérios para os mesmos. Ao todo, foram formados dezesseis grupos, que organizaram dezesseis cartazes de classificação, estes foram recolhidos e analisados. Os resultados permitiram evidenciar que os alunos classificaram os animais de acordo com o ambiente em que vivem, táxon, e características observáveis. Verificou-se que a classificação por habitat diminuiu com o avanço dos anos de escolaridade, dando menos ênfase à observação. Quanto às plantas, observou-se que a maioria dos alunos possui uma visão utilitarista antropocêntrica, em especial ao papel destes organismos na alimentação humana. Em relação aos microrganismos notou-se que os alunos possuem uma visão reducionista e muitas vezes errônea referente a esses seres, classificando-os como pequenos causadores de doenças. Ao compararmos os anos de ensino, verificou-se que os alunos dos primeiros anos (primeiro, segundo e terceiro) apresentam uma melhor observação e à medida que possuem mais idade, a classificação foi mais memorística, baseada em táxons e classificações presentes em livros didáticos. Tais resultados mostram que desenvolver as habilidades científicas dos alunos é muito importante.
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