Abstract

A partir das perguntas “a literatura é o desejo travestido? O desejo da literatura impõe o travestimento?”, feitas por Ana Chiara (2004), para quem o crítico “não [pode] esquecer no travestimento o jogo, a trapaça, o artifício”, este ensaio investiga a representação da travestilidade na canção popular. Obras dos cancionistas brasileiros Caetano Veloso, Chico Buarque, Erasmo Carlos, Aldir Blanc, Moacyr Luz, Linn da Quebrada; do português Pedro Abrunhosa; e do inglês Sting serão analisadas comparativamente a narrativas (em especial livros do franco-cubano Severo Sarduy) em que a travesti aparece como protagonista. O objetivo é pensar as marcas éticas e estéticas inscritas pela travesti no corpo nacional. Inscrição esta que define o impacto da imagem em circulação internacional do Brasil, marcada pelos plurilinguismo e cruzamento de fronteiras. Para tanto, faz-se necessário discutir tanto a expressão “travestis tipo exportação” (TREVISAN, 2000), quanto o conceito de androginia (ELIADE, 1999; e WOOLF, 2014).

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