Diante dos avanços conseguidos pela atuação dos estudos e movimentos feministas e pelos estudos de gênero, deslocaram-se alguns entendimentos conservadores sobre ser mulher que possibilitaram a desconstrução de ideias limitantes em relação às subjetividades femininas. Na contemporaneidade constantemente se vê em pauta discussões sobre direitos das mulheres, desconstrução de estereótipos de gênero, luta por equidade de gênero. Assim, é fundamental que novos entendimentos sobre feminilidades ocupem espaços nos currículos escolares visando a uma educação para a equidade de gênero desde a infância. Deste modo, este artigo objetiva problematizar a permanência de padrões sexistas na instituição escolar e o papel da educação formal na desconstrução dos mesmos, possibilitando aos sujeitos novos entendimentos sobre subjetividades femininas e modos de ser mulher que não se limitem aos estereótipos tradicionais. Como forma de compreender a construção de sentidos e significados utilizou-se a Análise de Discurso. Preliminarmente, foram identificados discursos progressistas e conservadores, em relação ao debate de gênero e as questões das mulheres, coexistindo e disputando espaço no ambiente escolar. Ao mesmo tempo, observou-se o potencial de tais discursos no fomento de subjetividades desde a mais tenra idade. Os resultados encontrados evidenciaram, grosso modo: a necessidade de melhorar a formação docente em temas como diversidade e gênero; a falta de preparo de diversos sujeitos do ambiente escolar para lidar com questões de gênero; a importância de debates sobre gênero e feminilidades no espaço escolar como forma de contribuir com a formação cidadã de crianças, das famílias e dos sujeitos que trabalham no ambiente escolar.
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