Neste artigo fazemos a análise da identidade de Eily, protagonista do conto “Uma Mulher Escandalosa”, da irlandesa Edna O’Brien. Para isso, iniciamos problematizando os percursos de como se dá a construção da identidade feminina, sob a perspectiva do ponto de vista da narradora. Em seguida, apresentamos como a narrativa em si contribui para a construção da identidade de Eily, destacando três situações que melhor representam a identidade da protagonista. Desse modo, essa análise justifica-se porque a história narrada intercambia experiências sobre mulheres que foram silenciadas e afetadas em sua individualidade por um conjunto de poderes impessoal e atemporal, para os quais suscita espanto e reflexão. A condução teórica da análise literária está composta pelos referenciais de Luís Alberto Brandão Santos e Silvana Pessôa de Oliveira, que apontam como se dá a construção da narrativa, seguidos pelos conceitos sobre o tipo de narrador proposto por Norman Friedman e Yves Reuter. Para a análise identitária trago as abordagens de Kathryn Woodward, Erich Fromm, Jean-Claude Deschamps e Pascal Moliner, além de Michael Foucault, que explica os mecanismos de poder sobre os corpos, e por último, a perspectiva de Judith Butler sobre a identidade de gênero. *Este artigo é um recorte da pesquisa de dissertação intitulada Mimese da Relação Triádica entre identidade Cultura e Poder em três contos de Edna O’Brien, feita por Albetania Pessoa de Sousa, sob a orientação da Profa. Dra. Rejane de Souza Ferreira.
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