Abstract

Este artigo faz uma leitura da pouco estudada ciência do solo de Amílcar Cabral como indissociável do seu projeto de luta de libertaçã o contra o colonialismo português na Guiné-Bissau e em Cabo Verde. O seu trabalho como agrónomo foi fundamental para a sua argumentaçã o teórica que denunciou as injustiças perpetradas em terras colonizadas e para obter conhecimento materialista e situado sobre as condiçõ es de vida das pessoas sob o jugo colonial. Cabral tirou partido da sua posiçã o como agrónomo ao serviço do governo colonial de forma subversiva para promover a luta anticolonial. Defendo que os resultados do trabalho agronómico de Cabral – a sua atençã o ao solo e aos inerentes processos e transformaçõ es – não apenas informaram a organizaçã o da luta de libertaçã o, mas foram determinantes para o processo de descolonizaçã o, que incluía o cinema militante e a disseminaçã o do crioulo como formas de propagaçã o do projeto de recuperaçã o e re- construçã o nacional da pós-colónia.

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