Abstract

Este artigo pretende analisar as sucessivas camadas de significados e a importância atribuída às imagens pelos seráficos, e o tanto que tais representações se entranharam no reforço de suas práticas de formação instrucional e espiritual desenvolvidas no espaço intramuros ao longo do período colonial, especialmente no entre o seiscentos e o setecentos. As pesquisas desenvolvidas até o momento já demonstraram ser possível identificar a existência de um discurso visual feito especificamente para os fiéis, e outro, mais intelectualizado e personalizado, voltado a exaltar os intelectuais e teólogos medievais da ordem em espaços conventuais de circulação restrita apenas a noviços em formação e religiosos professos. Se pretende discutir a permanência de estruturas e normatizações pré-tridentinas na Pedagogia Seráfica cristalizada nos Estatutos Gerais e da Província, cotejando-os com o acervo das livrarias dos conventos que recebiam os noviços, analisando também algumas representações dos teólogos medievais da Ordem presentes nos espaços de leitura e ensino frequentados pelos franciscanos em formação. Se discute a relação existente entre tais imagens – especialmente as de Scotus e Ockham – e as normas instrucionais presentes nos Estatutos da Custódia/ Província de Santo Antônio do Brasil e em legislações superiores, como os Estatutos de Barcelona, de 1622, e os Statuta Generalia de 1501, 1598 e 1651, além da permanência dos preceitos escolásticos, mesmo depois das determinações tridentinas para que se operassem mudanças no processo instrucional formativo das ordens religiosas católicas romanas.

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