Neste artigo, nossos objetivos foram descrever o Programa Foreign Language Teaching Assistant da Comissão Fulbright e discutir como os bolsistas desse programa, os FLTAs, atuam como agentes de uma política linguística de difusão do português em instituições de ensino superior dos Estados Unidos da América (EUA). Para tanto, analisamos, a partir da concepção processual de política linguística de Johnson (2013), que coloca a agência como um dos elementos centrais na compreensão do fenômeno, dados documentais e entrevistas semiestruturadas realizadas com alguns dos jovens professores brasileiros que são enviados para aquele país. Os resultados demonstram que o envio de jovens professores brasileiros para ensinar português nos EUA é parte de uma grande política externa que começou a ser implantada no final da Segunda Guerra Mundial, em uma tentativa do governo norte-americano de exercer o que tem sido entendido como soft power. Nas últimas 12 edições do programa, focalizadas neste trabalho, mais de 300 profissionais atuaram, de forma individual e coletiva, tanto dentro quanto fora de salas de aula em quase todos os estados norte-americanos como agentes de difusão do português brasileiro, mesmo, por vezes, encontrando restrições a suas atuações.