Abstract

Este trabalho objetiva compreender o funcionamento discursivo da Reforma da Previdência (RP) em mídias digitais, considerando as redes interdiscursivas e as formas de significação no ciberespaço. Como embasamento teórico-metodológico, tomamos a Análise do Discurso (AD) concebida por Pêcheux e as discussões estabelecidas por seus seguidores. Especificamente, neste artigo mobilizamos as noções teóricas de sujeito, interdiscurso, memória discursiva e silenciamento, que serão nossas categorias analíticas. O corpus constitui-se de recortes parciais de notícias publicadas em maio de 2019, sendo uma do site oficial do governo federal e três publicadas nos webjornais O Globo, Estadão e GGN. Os gestos de análises se dão no batimento descrição/interpretação (PÊCHEUX, 2015), no intuito de buscar as discursividades inscritas nas materialidades. Os resultados mostram uma movimentação de sentidos e posições-sujeito, dadas as circulações-confronto que se instauram na rede acerca da RP, pois esta é discursivizada pela FD estatal e pela grande mídia com efeitos de benefícios aos trabalhadores. Entretanto, também funciona nas mídias digitais o discurso de resistência, já que nos ditos dos supostos benefícios, se inscrevem os não ditos de defesa dos interesses da classe empresarial e de perdas impostas à classe trabalhadora.

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