O Sudoeste paranaense, ao longo do século XX, teve uma dinâmica migratória em que se podem identificar três períodos distintos de evolução demográfica, por meio de um processo migratório que exerceu papel fundamental na configuração espacial: entre 1900 e 1940, a região exibia uma população dispersa e rarefeita, circunscrita em torno da econômica de subsistência; de 1940 a 1970, ocorreu a expansão acelerada da fronteira agrícola estadual, que atraiu milhares de trabalhadores e seus familiares de outras partes do país, acarretando, simultaneamente, ocupação e apropriação extensivas e intensivas; entre 1970 e 2000, a inserção do Estado do Paraná no processo de modernização da agricultura, em que o agro se tornou subordinado ao industrial, impôs uma nova divisão social e territorial do trabalho ao Sudoeste paranaense, promovendo uma rápida e drástica diminuição populacional das áreas rurais, o que estimulou vigorosamente a urbanização e provocou a formação de imensas correntes emigratórias que transpuseram as fronteiras estaduais. Com isso, o objetivo desse trabalho é analisar essa dinâmica migratória, configurada em três períodos espaço-temporais, na região Sudoeste paranaense. A partir de trabalho de campo exploratório, feito em 2008, com a realização de entrevistas semiestruturadas, análise bibliográfica, documental e censitária (especialmente em Censos Demográficos), busca-se compreender como se processou, ao longo do século XX, a dinâmica migratória por meio da atração, do reordenamento e da expulsão de população do/no Sudoeste paranaense.
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