Na política contemporânea brasileira, um panorama de suspensão de direitos ameaça as conquistas do movimento antimanicomial. Atentos ao contexto que se impõe e ao consequente enfraquecimento de práticas coletivas e militantes, o presente artigo busca refletir sobre as disputas que envolvem Estado, democracia e luta antimanicomial e explorar formas de enfrentamento ao cenário atual. Para tanto, partimos metodologicamente da experiência de uma estudante de psicologia, suas primeiras inserções de estágio, seu posterior trabalho na rede de saúde mental, e ainda, sua vivência no movimento antimanicomial. Aliados ao pensamento de autores como Gilles Deleuze, Judith Butler e Suely Rolnik, concluímos que os caminhos ligados à ocupação da cidade são modos imprescindíveis de embate frente à desvalorização da vida e ao estigma da loucura. Palavras-chave: Democracia. Luta Antimanicomial. Cidade.