O artigo pretende analisar a relação entre capital e Estado no Brasil, problematizando a trajetória da construtora mineira Mendes Júnior, centrando em suas atividades ao longo da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988), período de grande crescimento da empresa. Nossa hipótese é que essa empreiteira constitui um caso emblemático do capital monopolista gestado no Brasil ao longo do século XX, alimentado pelo fundo público e pelo protecionismo estatal implementado pelo regime autoritário. Dessa forma, analisamos o percurso da empresa enfatizando seu processo de crescimento e inserção junto às agências do Estado brasileiro. Concluímos que o processo de expansão da empresa se dá no compasso da afirmação do capital monopolista no Brasil, porém a construtora encontrou dificuldades em meio ao processo de transição política e durante a Nova República no país.