Pensar e compreender o discurso pedagógico no processo histórico e político mais amplo da escolarização do português no Brasil, em diferentes conjunturas, em que uma memória histórica estruturada pela escravidão continua funcionando, tem sido nosso objeto de estudo. Neste artigo, visamos analisar duas noções – “texto” e “linguagens”-, introduzidas nos anos 1960/1970 nas práticas escolares, através de políticas públicas e de sua didatização, sob a ideologia da comunicação, marcadas pela dominância do tecnicismo, do pragmatismo e do funcionalismo, sustentados, por sua vez, pelo empiricismo, pelo positivismo, na instrumentalização da(s) língua(s) do Brasil, pressupostos em certas teorias. Objetivamos, neste percurso, fazer uma leitura discursiva, da perspectiva materialista, das formas de subjetivação em seus desdobramentos, que indique caminhos a serem explorados se queremos construir a sempre adiada escola republicana de qualidade como direito de todos os brasileiros em que o ensino do português como língua nacional não silencie a diversidade individual e coletiva.