Kaxinawa Research Articles

Agrobiodiversidade do povo indígena Huni Kuin do Alto Juruá, Amazônia Ocidental Brasileira

O povo indígena Huni Kuin maneja desde tempos imemoriais agroecossistemas itinerantes. O trabalho objetivou identificar espécies e variedades que compõem a agrobiodiversidade da Terra Indígena Kaxinawá do Baixo Rio Jordão/AC. Buscou-se ainda compreender a interação entre o corpus material e simbólico sobre as espécies cultivadas e a práxis relativa às técnicas de cultivo. Utilizou-se as metodologias: observação participante, entrevistas abertas e trilhas guiadas em unidades produtivas. Levantaram-se 18 espécies com 96 variedades cultivadas nos roçados tradicionais. Há variedades ameaçadas de desuso devido sobretudo às transformações históricas que o povo enfrenta desde o período de contato com a sociedade não-indígena. É preciso valorizar os saberes relacionados à agrobiodiversidade para reverter esse quadro. Sugere-se fortalecer políticas públicas de salvaguarda de sistemas agrícolas e programas de apoio à alimentação escolar regionalizada e à geração de renda com produtos dos roçados.

The Expressive Forms of Amazonian Indigenous Peoples and Ayahuasca: the Huni Kuin and other Pano groups

AbstractI approach a set of processes that involve transformations, transpositions, and intermediations between different expressive forms of Amazonian Indigenous Peoples associated with the use of ayahuasca. I focus on groups of the Pano linguistic stock, particularly the Huni Kuin (Kaxinawa) and the example of the MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin), a new artistic collective created by some of these Indigenous People. I point to the complex meanings of the various expressive forms of these peoples, from traditional (oral narratives, graphics, visionary images linked to shamanic practices) to more recently adopted (figurative drawing and graphic recording in book format). I emphasize the importance of ayahuasca for the elaboration of these different expressive forms. By highlighting the meanings that imply the use of ayahuasca in certain Indigenous contexts, I also intend to contribute to the expansion of understanding of and broader debate about psychedelic experiences.

Animist Phytofilm: Plants in Amazonian Indigenous Filmmaking

Early films about plants offer a glimpse into the behavior of vegetal life, which had hitherto remained hidden from humans. Critics have praised this animistic capacity of cinema, allowing audiences to see the movement of beings that appeared to be inert and lifeless. With these reflections as a starting point, this article examines the notion of animist cinema. I argue that early movies still remained beholden to the goal of showing the multiple ways in which plants resemble humans, a tendency we often still find today in work on critical plant studies. I discuss the concept of animism in the context of Amazonian Indigenous societies as a springboard into an analysis of movies by Indigenous filmmakers from the region that highlight the plantness of human beings. I end the essay with an analysis of Ika Muru Huni Kuin’s film Shuku Shukuwe as an example of animist phytocinema.

Performing Flights: Perspectivism and Shamanic Epistemology in the Amazon

AbstractAlfred North Whitehead famously compares the philosophical method of knowledge acquisition with the process of flying an airplane. Likewise, “shamanic flight” marks stages of cognitive processing in navigation through perceptible and imperceptible worlds. This article focuses on the cosmovision of the Amazon people Huni Kuin, the Whiteheadian method of imaginative rationalization, and the concept of Amerindian perspectivism. This study also investigates shamanism as an experience of knowledge generation. Furthermore, “shamanic flight,” as an ecstatic technique experienced in many diverse Amerindian rituals, will be explored as a method in the discovery and organization of nonhuman alterities. Finally, Amazonian-based shamanic epistemology will be discussed within a “multinaturalist” ontology.

Moldando novas posturas em relação à culturas e línguas indígenas: o projeto de exposição “Os Caxinauás – autonomia e contato” em Belém, estado do Pará, Brasil

Abstract The paper approaches the subject of using a multimedia documentation corpus on indigenous language and culture in a broader perspective: its promotion via an exhibition – and by means of this making research stored in a digital archive available to a general public and encouraging a debate between representatives of the majority society and of the speech community itself. The exhibition “Os Caxinauás – autonomia e contato” (Belém, 2018) described here is the result of a collaborative project between linguists, an artist and members of the Cashinahua (Huni Kuin) community.

Huni kuin: Yube Baitana - An anthropological game adventure

The article presents the development process of the video game Huni Kuin: Yube Baitana (The ways of the boa constrictor) created by a group of Brazilian anthropologists with a Huni Kuin indigenous community from Acre, Brazil. Understood from a perspective in which video games must be taken seriously, a reflection is made on how the game Huni Kuin: Yube Baitana is inserted in the discussions and productions arising from multimodal anthropology.

NARRATIVA DE UM PROFESSOR HUNI KUIN: A CONDIÇÃO DE SER O "OUTRO" NA ESCOLA DA CIDADE

O artigo é fruto das discussões realizadas no Laboratório de interculturalidade – Labinter/UFAC, a partir da narrativa de José Domingos Kaxinawá, originário dos povos Huni Kuin do Rio Envira - Acre. O objetivo foi analisar fatores emergidos na narrativa sobre a trajetória de formação. Problematizar os fatores de formação que proporcionaram a visibilidade ao indígena norteou a análise. A coleta da narrativa aconteceu por meio de atividades avaliativas de disciplinas universitárias, denominadas história de vida/vida escolar. Foi estabelecido diálogo com Bauman (2005), Santos (2010), Goody (2012), Veiga-Neto (2003) e Candau (2012), e com outros autores que tematizam questões indígenas; a supremacia da Língua Portuguesa e a territorialidade indígena. O indígena é o “outro” na escola da cidade, tendo que silenciar a sua cultura para se manter estudando e prosseguir nos segmentos da Educação Básica e superior.

Contato do português com as línguas indígenas brasileiras: Considerações sobre o desenvolvimento de L2

Nosso objetivo neste artigo é contar uma parte da história do português do Brasil a partir do contato com as línguas indígenas nacionais. Para realizar esse objetivo, buscamos trabalhos que versam sobre a presença real de características gramaticais e sonoras das línguas dos povos indígenas no português falado pelos membros desses povos. A interferência das gramáticas nativas dos povos indígenas é discutida a partir de propriedades sonoras consonantais e vocálicas do Português Ticuna (BONIFÁCIO, 2019); de propriedades consonantais do Português Kamaiurá (SILVA E SILVA, 1985); de propriedades gramaticais dos subsistemas da flexão de número no nome e da flexão de primeira e terceira pessoa do plural no verbo do Português Xinguano (EMMERICH, 1987); e de características gramaticais da expressão do gênero no português Huni Kuin (CHRISTINO, 2015). Defendemos que compreender o conhecimento linguístico responsável por produzir as características do português de contato com as línguas indígenas brasileiras possa esclarecer fenômenos envolvidos no processo de bilinguismo/multilinguismo dos povos indígenas, e ajudar a lidar com os desafios da educação escolar indígena. Para explicar o comportamento linguístico e mostrar como ele se apoia nas propriedades da Faculdade da Linguagem recorremos ao conceito de interlíngua (SELINKER, 1972). Partindo desse conceito, o início do processo de conhecimento de L2 seria marcado pela presença da gramática nativa e pelos dados da segunda língua. Todo esse processo seria restringido pelas propriedades gerais e abstratas da linguagem humana (WHITE, 2003). Assim, demonstramos como gramáticas nativas estruturam o português de contato. Pretendemos com reconhecimento dessa estruturação um resgate da participação da língua e cultura dos povos nativos na sociedade brasileira, e uma promoção do seu processo de descolonização.

Da “representação das sobras” à “reantropofagia”

Tanto a Antropologia como a História da Arte alargaram seus repertórios conceituais e sua abrangência geográfico-temporal, aumentando suas interfaces. A partir deste diálogo interdisciplinar, o presente artigo trata de obras e projetos que floresceram a partir de 2015, nos quais questões, visualidades e criadores indígenas adentraram o sistema das artes no Brasil. Com base em pesquisa de campo e análise de catálogos, são apresentadas as exposições A queda do céu (2015), Da Pedra Da Terra Daqui (2015), Adornos do Brasil indígena. Resistências contemporâneas (2017), Reantropofagia (2019) e Vaievem (2019), entre outras; artistas indígenas como Denilson Baniwa, Jaider Esbell, Daiara Tukano, Ibã Huni Kuin e Gustavo Caboco. Conclui-se que a arte constitui uma nova arena na luta dos povos indígenas por visibilidade, tanto em termos políticos como estéticos. Por outro lado, constata-se grande distância entre os dois universos: estabelecer conexões e traduções permanece um grande desafio.

The Persistence of Primitivism: Equivocation in Ernesto Neto’s A Sacred Place and Critical Practice

During the 2017 Venice Biennale, the area dubbed the “Pavilion of the Shamans” opened with A Sacred Place, an immersive environmental work created by the Brazilian artist Ernesto Neto in collaboration with the Huni Kuin, a native people of the Amazon rainforest. Despite the co-authorship of the installation, the artwork was dismissed by art critics as engaging in primitivism and colonialism. Borrowing anthropologist Eduardo Viveiros de Castro’s concept of equivocation, this article examines the incorporation of both indigenous and contemporary art practices in A Sacred Place. The text ultimately argues that a more equivocal, open interpretation of the work could lead to a better understanding of the work and a more self-reflexive global art history that can look at and learn from at its own comparative limitations.

Learning to See in Western Amazonia

Through the study of form, we explore how relations constitute persons for the Huni Kuin of Western Amazonia. Shamanistic song, and the role in it of patterned design, reveals a specific aesthetics that emphasizes processes of becoming, transformation, and figure/ground reversal. Since bodily substances and actions of others affect the ‘thinking body’, well-being depends on making visible the relational network that exists inside and outside one’s embodied self. An aesthetic battlefield unfolds where the doubles of ingested substances invert the predatory relation and come to envelop the ‘eye soul’ of the one who ingested them with their design and ornaments. This setting allows us to address the fractal quality of personhood and the permanent disequilibrium between symmetrical and asymmetrical relations in Amazonia.

Subsistence Hunting with Mixed-Breed Dogs Reduces Hunting Pressure on Sensitive Amazonian Game Species in Protected Areas

SummaryHunting is a major threat to wildlife, and the use of dogs for subsistence hunting may significantly impact wildlife. I assessed the impacts of hunting with dogs by comparing the assemblages of species hunted by the Huni Kuin with and without dogs in indigenous lands in southwestern Brazilian Amazonia. I also assessed whether Huni Kuin agreements on hunting with dogs can be effective for conservation. Huni Kuin hunters with dogs rely on a different assemblage of prey than those without dogs; the former strategy targets mainly fast-reproducing, resilient species, whereas the latter method kills several sensitive or threatened species. Hunting with dogs is also limited to disturbed mixed landscapes near villages because the dogs are used to protect crops and are not allowed into forests in order to prevent them from becoming lost. Additionally, compared to hunting without dogs, hunting with dogs results in an equivalent amount of meat with the use of less effort and ammunition. Moreover, hunting with dogs is not associated with an increase in the distance of prey from villages. Therefore, there is no conservation-related reason to prohibit hunting with mixed-breed dogs in subsistence communities. Nevertheless, community agreements mediate local conflicts caused by the social inequalities related to hunting with dogs.

Anaconda-becoming: Huni Kuin image-songs, an Amerindian relational aesthetics

Abstract After depicting the contemporary scene of Huni Kuin ayahuasca shamanism and artistic agency, I analyze a selection of image-songs from this ritual. The songs unveil the workings of embodied perception and synesthesia, that is, the transductions of bodily sensations and perceptions in vision, rhythm, song and sound. The experience entails a process of other-becoming where to know means to see through the eyes of Other; to be covered with the skin/ornaments of those beings one has consumed and to sing through their voice. This other-becoming is a becoming in a deleuzian sense, which means that the lived experience is situated in-between the space of self and other. In this context the expression “you are what you eat” has specific implications for one’s health and for the acquisition of agentive and perceptive capabilities of other beings. The ritual technique of almost becoming consists of alternatingly producing and undoing temporary transformations through song.

Designing Indigenous Lands in Amazonia: Securing indigenous rights and wildlife conservation through hunting management

In Amazonia, Indigenous Lands (ILs), created to guarantee both indigenous rights and the conservation of natural resources, are a major legal mechanism to ensure the ancestral and contemporary relationships of indigenous peoples to their territory. Additionally, these areas have been one of the most effective barriers to the large-scale agriculture and cattle ranching frontiers, strongly contributing to the conservation of Amazonia. Although several indigenous peoples have had their lands recognized by the Brazilian and Peruvian national governments, many demarcated lands are not able to ensure indigenous rights; in addition, there are still 951 claims for land demarcation or revision in these countries. In the context of intensive pressure to make the process of IL recognition essentially political, we propose a scientifically supported model based on source-sink hunting dynamics to improve the identification of the minimum size and shape of ILs required to guarantee indigenous rights. We used criteria based on hunting dynamics to test whether the current limits of the total IL of an indigenous people, the Huni Kuin, are able to ensure their constitutional rights and the local conservation of natural resources. We showed that to ensure sustainable hunting, the Huni Kuin ILs should be large enough to encompass each village’s hunting territory of 78.5 km2 surrounded by an undisturbed area of the same size, totaling 157 km2 per village. However, their ILs are currently too small to maintain sustainable hunting if the traditional social organization of several small villages distributed along rivers is maintained, so they fail to achieve the IL goals. We discuss three hypothetical alternatives for either maintaining or reviewing current Huni Kuin ILs; however, these alternatives are unlikely to be applicable for the Huni Kuin because they either are against the current political trends or violate indigenous rights. We thus suggest that future IL delimitation studies should consider current spatial hunting patterns in order to improve the delimitation and territorial management of IL in Amazonia, by identifying the ideal shape and size of hunting territories and applying a source-sink model likely to ensure sustainable hunting activities in the long term.

COPERNICUS IN THE AMAZON: ONTOLOGICAL TURNINGS FROM THE PERSPECTIVE OF AMERINDIAN ETHNOLOGIES

Abstract In this article I explore the ontological turn in anthropological theory through three interconnected approaches. First, I situate the academic success of Amerindian ontologies in the context of recent debates on the urgency of addressing the political consequences of the anthropocene. Secondly, I undertake an archaeology of the concept of perspectivism as a central stage of the ontological turn, showing how the sub-discipline of Amerindian ethnology has always had a vocation for Copernican turnings, from the time of Montaigne until today. In conclusion, I argue for a return to aesthetics and poetics as the quintessential domains for exploring how different ontologies can teach us to look at the world differently. To understand the multiple versions of Amerindian relational ontologies we have to be able to perceive the relational character of the aesthetics they reveal. The argument is sustained by a short presentation of Huni Kuin (Cashinahua) aesthetics as revealed in huni meka, ayahuasca song.

Por que canta o Mahku – Movimento dos Artistas Huni Kuin?

O presente artigo resulta de uma composição dos autores. Os desenhos realizados pelos MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin – a partir dos cantos huni meka, cantos do nixi pae (ayahuasca), são motivos para o comentário de Ibã Huni Kuin e sua forma de tradução da linguagem dos cantos que ele denomina “pôr ou colocar no sentido”. Na primeira parte faz-se uma breve apresentação da trajetória do Mahku, retratada no ensaio audiovisual O sonho do nixi pae (Dir. Amilton Mattos, 2015), do trabalho de pesquisa de Ibã e do coletivo de artistas Huni Kuin dentro e fora da universidade

Saberes em jogo: a criação do videogame Huni Kuin: Yube Baitana

Este artigo tem como objetivo apresentar a experiência de desenvolvimento do videogame Huni Kuin: Yube Baitana (os caminhos da jiboia) por antropólogos, programadores e artistas de São Paulo (SP) e indígenas do povo Huni Kuĩ (Kaxinawá) do Rio Jordão (AC), visando descrever o seu processo de construção, bem como os conhecimentos, transformações e criatividades empreendidas no projeto. Também se pretende, a partir de uma breve apresentação de questões, a exemplo de formas de circulação de saberes, direitos autorais, pacto etnográfico, registro e tecnologia entre povos indígenas, colocar indagações iniciais acerca do estatuto do novo objeto, de usos e usuários potenciais, bem como de certas implicações jurídicas, educacionais e antropológicas.

Creating from natural materials: Huni Kuin material culture

This article is part of a research about cooperative design with sustainable materials. The research on the indigenous design is based on a visit to a village of the huni kuin tribe in the Amazon and analyzes it in terms of Design methods and processes, materials and cooperation. The village is in an isolated place, difficult to reach, and many of their traditional practices have been preserved. What can these ancient practices teach us? What principles are present in their production that are similar to academic ideas about sustainable design? And what challenges do they face nowadays in their material production, with the progressive arrival of industrial goods? The article analyses the processes of pottery, house building and basketry, all traditionally done collectively using only materials and tools from the local forest. Keywords: indigenous, material culture, natural materials, handicraft, Brazilian Amazon, conviviality, permaculture, pottery, sustainable design, ethnic design, bioarchitecture, basketry.

Espaço, pessoa e movimento na socialidade ameríndia: sobre os modos Huni Kuin de relacionalidade

O artigo explora as práticas huni kuin constitutivas de socialidade, das pessoas e, simultaneamente, das suas relações com o ambiente. Ao criar a si mesmos num sentido material e social em processos intersubjetivos ocorridos em configurações específicas do espaço-tempo, forjam conexões contingentes de posse entre pessoas e lugares, e criam as condições para abrir clareiras temporárias de espaço humano num mundo vigiado e cuidado por entidades não-humanas. Num primeiro momento, o artigo relembra o empenho das lideranças huni kuin em defender seus direitos de propriedade e insistir na demarcação das terras indígenas, conforme especificado pela legislação brasileira, para o qual usam uma linguagem discursiva não-indígena. O enfoque principal deste ensaio, no entanto, recai sobre as práticas indígenas da vida diária. Explora-se a noção de que, em um sentido proeminente, para este povo da Amazônia, o território não é fixo, mas depende da constante transformação da copresença huni kuin envolvida nas relações entre si e com outras entidades e pessoas do mundo circundante.

Intimidade com estranhos: uma perspectiva Kaxinawá sobre confiança e a construção de pessoas na Amazônia

Este artigo reexamina distintas abordagens que tratam da constituição da socialidade em contextos indígenas amazônicos, as quais diferem no que diz respeito ao valor heurístico atribuído à "confiança" e à "intimidade", à luz da etnografia dos Huni Kuin (Kaxinawá) sobre o corpo, a noção de pessoa, a confiança e o pensamento. Para os Huni Kuin, o pensar e o confiar são processos incorporados e constitutivos da socialidade vivida. Partindo de uma apreciação crítica dos usos de esquemas analíticos que emergem das discussões sobre o "perspectivismo amazônico" e a "fractalidade", desse modo colocando em relevo ontologias indígenas em ação, o artigo mostra que é necessário ir além de uma ênfase ontológica para considerar sua interface com a epistemologia e a fenomenologia indígenas. Concluo que o entendimento perspectivista huni kuin da dinâmica entre socialidade virtual e socialidade vivida em um universo multinatural se apoia nesta interface.