Abstract

O artigo explora as práticas huni kuin constitutivas de socialidade, das pessoas e, simultaneamente, das suas relações com o ambiente. Ao criar a si mesmos num sentido material e social em processos intersubjetivos ocorridos em configurações específicas do espaço-tempo, forjam conexões contingentes de posse entre pessoas e lugares, e criam as condições para abrir clareiras temporárias de espaço humano num mundo vigiado e cuidado por entidades não-humanas. Num primeiro momento, o artigo relembra o empenho das lideranças huni kuin em defender seus direitos de propriedade e insistir na demarcação das terras indígenas, conforme especificado pela legislação brasileira, para o qual usam uma linguagem discursiva não-indígena. O enfoque principal deste ensaio, no entanto, recai sobre as práticas indígenas da vida diária. Explora-se a noção de que, em um sentido proeminente, para este povo da Amazônia, o território não é fixo, mas depende da constante transformação da copresença huni kuin envolvida nas relações entre si e com outras entidades e pessoas do mundo circundante.

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