O presente artigo tem como objetivo compreender a articulação entre os conceitos de cultura e de aprendizagem como condição de possibilidade para pensar a produção do sujeito surdo no cenário da escola contemporânea. Para dar conta de tal problemática, a análise empreendida tomará como base os dados de uma pesquisa realizada em 13 escolas específicas de surdos do Rio Grande do Sul. A partir desse empreendimento analítico, que coloca em operação dois possíveis conceitos-ferramenta – subjetivação e dispositivo pedagógico –, selecionamos 20 entrevistas com alunos surdos e 4 entrevistas com professores, em um universo de 156 sujeitos. Com base nas narrativas, consideramos as singularidades e recorrências discursivas que tangenciam as noções de cultura e de aprendizagem na escolarização das pessoas surdas. Sobre esse amálgama de verdades instituídas é que tensionamos o que vem sendo produzido sobre o ser surdo no contexto da educação bilíngue, inferindo e imprimindo desejos de ser, aprender e viver.
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