Este artigo tem como objetivo refletir sobre a representatividade LGBTQIA na poesia traduzida no Brasil e com isso entender qual a contribuição do(a) tradutor(a) neste processo. Para isso, escolhemos analisar as traduções feitas pelo tradutor brasileiro Paulo Henriques Britto para dois poemas da poeta norte-americana Elizabeth Bishop que apresentam teor homoafetivo. Em Banho de Xampu, a poeta apresenta uma narrativa escrita no início de seu relacionamento amoroso com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares; já É Maravilhoso Despertar Juntas é um dos mais significativos poemas escritos por Bishop em se tratando de conteúdo explicitamente homoafetivo. Para alcançar o objetivo deste artigo, fizemos um levantamento de aspectos biográficos da poeta norte-americana para assim entender primeiro em que contexto histórico e social se insere sua obra e depois tentar compreender qual a relação da própria Elizabeth Bishop com sua condição de mulher e lésbica. Em seguida foi proposta uma análise de conteúdo apoiada tanto nos conceitos de correspondência de Paulo Henriques Britto, quanto nos estudos de Myriam Díaz-Diocaretz sobre o papel do(a) tradutor(a) ao traduzir poemas que contenham discursos poéticos lésbico e/ou feministas. Com isso, foi possível refletir sobre a tradução poética a partir de um prisma que a coloca como instrumento de desenvolvimento social dentro da sociedade.