Abstract
A versão do filme Coringa, veiculada pelos cinemas brasileiros em 2019, coloca questões definitivamente atuais e conduz o espectador à reflexão sobre as fragilidades, as potências criativas e forças de resistência do humano levado ao limite das suas capacidades, a partir da vida conturbada de um homem às voltas com seu passado, despossuído de insígnias de prestígio social e portador de um quadro clínico que o compromete e o expõe às máquinas capitalistas de moer pessoas e diferenças. É sobre essas questões que este texto se debruça ao criticar o glamour irrefletido da figura do herói, denunciar o ridículo do entretenimento do consumo e repudiar a natureza excludente das sociedades organizadas e mantidas em torno da preservação violenta, intransigente e selvagem do Capital, de modo que o principal objetivo deste artigo é tomar como verossímeis as características da sociedade apresentada pelo enredo do filme, a fim de torná-lo uma peça que pode servir de base para pensar e criticar os modos de produção da indiferença e do adoecimento social típica do capitalismo. Palavras-chave: coringa; capitalismo; sociedade do espetáculo; violência.
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