Abstract

Tomando como base a discussão feita por Hannah Arendt em seu ensaio “Verdade e Política”, publicado em seu livro Entre o Passado e o Futuro, este artigo discute noções como verdade factual e mentira organizada para pensar a busca pela verdade relativa à ditadura militar implantada no Brasil com o golpe de 1964, bem como as representações construídas pela ditadura e ainda hoje sustentadas por segmentos de direita simpatizantes desse regime. Disputas de memória, mortos e desaparecidos políticos e Comissão Nacional da Verdade são alguns tópicos a partir dos quais busca-se uma problematização na tentativa de compreender qual seria a natureza dessa verdade em relação à ditadura e de que maneira este debate aconteceu em alguns momentos da história recente do país, inclusive em contexto mais atual. Busca-se também compreender como essa busca mobiliza debates historiográficos e como os historiadores podem ou não contribuir com comissões da verdade ou participar como testemunhas não oculares em julgamentos de violadores dos direitos humanos. A partir dessas questões, procura-se compreender a natureza da verdade que compõe a tríade “memória, verdade e justiça” como elementos constitutivos de um processo de Justiça de Transição.

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