Abstract

Na elegia 2.12 de Propércio, o deus Amor é apresentado como obra admirável de um pintor e como veiculador da paixão erótica. Neste poema, a paixão erótica é comparada a uma guerra provocada pelo deus (militia amoris), motivando, de um lado, o lamento (que é uma das características determinantes do gênero elegíaco) e, de outro, despertando no poeta o desejo de escrever versos que agradam o deus. Neste artigo, meu objetivo é observar os aspectos retóricos e poéticos da elegia 2.12, considerando o tratamento dado à forma e às ações do Amor personificado. Inicialmente, irei investigar possíveis antecedentes desta elegia, tendo em vista a escolha dos lugares-comuns usados para compor a figura do deus. Em seguida, observarei aspectos do πάθος amoroso como artifício retórico e impulso poético. Por fim, irei examinar as ligações da elegia 2.12 com outros poemas eróticos dos Livros 1 e 2 de Propércio, com enfoque na relação de interdependência entre as figurações do puer Amor como divindade tutelar da poesia e da puella elegíaca (Cíntia) como objeto das elegias de Propércio. Assim, tentarei demonstrar de que modo as características de Amor na elegia 2.12 podem evidenciar aspectos de um programa poético em que se incluem as elegias eróticas dos dois primeiros livros de Propércio.

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