Abstract

Este ensaio procura proporcionar respaldo teórico suficiente para a justificação de uma ontologia fraca, expressão que se aplica no sentido defendido pelo filósofo italiano Gianni Vattimo, partindo-se da abordagem fenomenológica da obra de arte efetuada por Martin Heidegger em A origem da obra de arte (1936). Para tanto, este trabalho se divide em dois momentos principais: primeiramente, procedese à caracterização da obra de arte através de uma análise do referido texto heideggeriano, com o intuito de desenvolver os principais conceitos concernentes à obra de arte como acontecimento ontológico. A obra de arte, instalando um Mundo e elaborando a Terra, ressalta a disputa originária entre ambos, e com ela o que Heidegger chama de “clareira do ser” – Lichtung –, abertura que ilumina os entes e torna possível qualquer desvelamento – ἀλήθεια. Contudo, a iluminação/ abertura proporcionada pela Lichtung não é absoluta, ocasionando um misto de desvelamento e velamento, uma experiência à “meia-luz”, isto é, um âmbito em que essencialmente acontece clareza e identidade assim como obscuridade e engano. No segundo momento do ensaio, aplica-se esta concepção de verdade à meia-luz, fenomenologicamente obtida, em vistas de se pensar a superação da metafísica tradicional em termos de uma ontologia fraca.

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