Abstract

O ponto de partida do presente artigo é a ideia de uma crise na escuta musical descortinada pelas primeiras apresentações da Música Nova. Theodor Adorno lamentou o reduzido número de ouvintes capazes de uma escuta à altura das exigências da produção musical mais consequente; ele suspeitava que a atenção e a memória demandadas para a escuta da música de vanguarda diferiam daquelas necessárias para a música típica da sociedade de mercadorias. Em seguida, demostramos como esta crise se intensifica através da imposição de um regime único de atenção-memória, provocado pela interação dos corpos com a tecnologia contemporânea na sociedade da hiperinformação. Por último, apresentamos a hipótese de que a COVID-19 molda biologicamente nossos corpos, adaptando-o às exigências do regime de atenção-memória contemporâneo, enquanto que, por outro lado, bloqueia a forma de escuta reivindicada não só pela música de vanguarda, mas também pela tradição erudita.

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