Abstract

Embora impactante no momento em que acontecia, a pandemia de Covid-19, tão logo arrefeceu como uma crise sanitária, foi esquecida. Os anos de 2020 e 2021, com mortes, doenças, angústias e isolamento social, ficaram para trás. Será, entretanto, que o mundo deixado após a pandemia nada tem a pensar a partir dela? Se confiarmos no que defendia o filósofo francês Alain Badiou, não. Ele considerou a pandemia um problema prático, que pouco exigia da filosofia. O argumento do artigo que se segue é que, embora Badiou tivesse razão em apontar o exagero de projeções para o bem e para o mal de filósofos sobre o futuro após a pandemia, sua posição menosprezou que não se tratava somente de uma situação sanitária empírica, mas de um momento histórico no qual se cristalizaram as duas preocupações principais do século XXI: com a tecnologia (como apontou João Pedro Cachopo), expressa na inteligência artificial; e com a natureza (como apontou Bruno Latour), expressa no antropoceno.

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