Abstract
<p>O Concílio Vaticano II evidenciou a importância de discernir os “sinais dos tempos” para definir a missão cristã no seio do mundo e para exercer o próprio labor teológico. Ao celebrarmos, em 2015, o cinquentenário do concílio Vaticano II e da declaração <em>Gravissimum educationis</em>, bem como o vigésimo quinto aniversário da Constituição Apostólica <em>Ex corde Ecclesiae</em>, uma tarefa importante recai sobre a teologia fundamental, a saber: como discernir e redefinir a missão das universidades católicas no seio das novas situações humanas? Na presente reflexão, a título de exercício, proponho três passos para um discernimento teológico, que só pode ser feito por cada comunidade acadêmica: primeiro, identificar alguns grandes apelos na realidade paradoxal que caracteriza o tempo atual; segundo, redefinir a missão própria de uma universidade católica à luz de uma releitura da constituição apostólica <em>Ex corde Ecclesiae</em>; terceiro, a partir da perspectiva lançada pelo concílio, reafirmar a centralidade do Evangelho, fonte da fé e da teologia, como critério último de todo discernimento. E, à guisa de conclusão aberta, destacaremos alguns pontos fundamentais para a missão de uma universidade católica na contemporaneidade.</p>
Highlights
The Second Vatican Council showed the importance of discerning the “signs of the times” to define the Christian mission in the world, and to exercise its own theological work
O exercício parece tão mais difícil quão necessário 50 anos depois do encerramento do concílio, seja pela maior complexidade do mundo, seja pela pluralidade irredutível de concepções, sobretudo no meio universitário
No Brasil, país de povo religioso e Estado laico, dois aspectos principais surgem como desafios e oportunidades à identidade de uma universidade católica: primeiro, o conceito tripartite de toda universidade, cuja articulação de ensino, pesquisa e extensão tornou-se um diferencial de nossas UC; em segundo lugar, a natureza comunitária de nossas instituições, nem pública estatal nem privada particular, por mais desafiantes que sejam, coloca nossas universidades em uma situação de serviço às comunidades, bem como uma possibilidade de consolidação da própria comunidade universitária
Summary
Mais que entrar no debate conceitual, importa aqui perceber as características que indicam o que se tenta denominar como “pós-modernidade”, distinguindo algumas diferenças em relação à modernidade. Nossa hipótese de trabalho considera, portanto, o tempo presente a partir de um “duplo desmoronamento” na cultura ocidental: o fim da cristandade e, depois, o desencanto com a modernidade (MENDOZA-ÁLVAREZ, 2011). Surpreendentemente, na própria contemporaneidade, identificamos também algumas lógicas e valores da modernidade tardia, além de resquícios prémodernos e barrocos, notadamente em uma república como o Brasil e, sobretudo, depois da liberdade religiosa proposta por Vaticano II e, ao mesmo tempo, dos processos de avanços e recuos de uma jovem democracia. Essa situação paradoxal – sentimento religioso crescente e meio universitário laico e secularizado – representa um desafio ao pensamento e à atuação das universidades católicas; mas, também oferece oportunidades novas para aprofundarmos o diálogo entre fé e razão na perspectiva de uma nova relação entre religião e cultura, humanidade e transcendência, Igreja e sociedade
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