Abstract

Um dos assuntos mais caros a qualquer intérprete da Apologia de Sócrates de Platão é o problema da relação entre Sócrates e a arte retórica, que a personagem ao mesmo tempo emprega e censura. Quase todas as estratégias discursivas contidas na fala de Sócrates podem ser analisadas sob essa perspectiva. Neste artigo, dedico-me ao exame de uma dessas estratégias, que desempenha importante papel dentro da construção do discurso socrático: trata-se do exemplo de Aquiles que, no trecho da Ilíada citado na obra, vai deliberadamente ao encontro da morte para vingar Pátroclo. Comparando a sua própria situação à do herói e tomando como foco a pena de morte proposta por seus acusadores, o filósofo reflete acerca do risco a que se expõe naquela ocasião; justificando-se, ele relembra a situação do herói épico que preferiu evitar a desonra a evitar a morte. A partir de uma análise detalhada do trecho em questão, bem como de uma confrontação com o texto homérico ali citado, pretendo extrair as consequências que esse exemplo pode ter para a leitura do diálogo como um todo.

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