Abstract

A palavra “hermenêutica” pode fazer referência tanto à prática (em que o tradutor é um intérprete) e, de acordo com a definição de George Steiner e Antoine Berman, quanto à crítica de tradução. O objetivo desse artigo é esclarecer essa definição. De acordo com o que Antoine Berman a apresenta, a hermenêutica em seu sentido clássico legitima as traduções etnocêntricas. Praticada desde a Antiguidade até o Período Medieval, essa visão clássica da hermenêutica (também endossada por filósofos como Paul de Man), sugere que o significado do texto existe além do seu suporte material. De modo inverso, de acordo com George Steiner, a tradução é um “caminho hermenêutico” que deve considerar cada aspecto do texto além das considerações morais, históricas e contextuais. Para se produzir um texto equivalente na língua alvo, a tradução – concebida tanto como prática, como crítica – deve considerar todos os aspectos que fazem um texto único, como prosódia, gramática e estilo. Desse ponto de vista, a hermenêutica se revela como uma poética da tradução.

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