Abstract
Este estudo discute uma perspectiva de ensino de leitura ainda pouco difundida na escola pública brasileira: a perspectiva metacognitiva. Embora tal abordagem não seja nova, ela ainda não adentrou à escola de maneira relevante. Assim, perguntamo-nos em que medida a perspectiva metacognitiva pode contribuir com o ensino de leitura na escola. A partir disso, por meio de uma metodologia que mescla a revisão de literatura ao relato de experiência, objetivamos produzir uma breve discussão teórica sobre o tema no intuito de alicerçar o conhecimento do professor de português para, em seguida, apresentar dois Projetos de Intervenção realizados no Ensino Fundamental II: um sobre o ensino de estratégias metacognitivas, outro sobre o ensino de processos inferenciais, apresentando seus desenvolvimentos e conclusões. Ao fim, relatamos os resultados dos projetos, defendendo que o ensino de leitura na abordagem apresentada pode promover autonomia em leitura, empoderando os sujeitos por meio de seu próprio saber.
Highlights
This study discusses a perspective of reading teaching so far not widespread throughout the Brazilian public school: the metacognitive perspective
“Como eu leio? Quais são as minhas 4 dificuldades de leitura? O que influencia na velocidade ou lentidão do meu processamento leitor? O que faço para ter acesso a informações implícitas?” Essas são algumas das questões que costumam guiar o entendimento do próprio processamento leitor numa perspectiva de ensino de leitura por meio do desenvolvimento da metacognição
Feito trator, atropela o texto e “passa por cima” das possibilidades de produção de sentidos sem se dar conta de que a efetivação da leitura se dá por meio da compreensão. v Um estudo diagnóstico produzido pela pesquisa antes da intervenção revelou que as maiores dificuldades dos sujeitos, no tocante à realização de inferências, estava na produção de inferências lógicas e pragmáticas, fato que justifica a escolha desses tipos para a intervenção. vi Por “modelagem” Isabel Solé (1998) entende as ocasiões em que o professor oferece um modelo de como fazer, compartilhando as suas próprias estratégias ou processos cognitivos para integrar os alunos nas atividades propostas. vii Aludimos aqui as atividades comuns no ensino tradicional de leitura, em que se solicita que os alunos localizem e copiem fragmentos do texto ou que opinem livremente sobre o tema do texto
Summary
Houve um tempo em que as nações combatiam o analfabetismo para desenvolveremse. Hoje isso já não é suficiente. O que faço para ter acesso a informações implícitas?” Essas são algumas das questões que costumam guiar o entendimento do próprio processamento leitor numa perspectiva de ensino de leitura por meio do desenvolvimento da metacognição. “É o leitor que apreende facilmente as idéias gerais e principais do texto, é fluente e veloz, mas por outro lado faz excessos de adivinhações, sem procurar confirmá-las com os dados do texto, através de uma leitura ascendente”. O terceiro tipo de leitor caracteriza um leitor maduro – aquele que sabe utilizar-se dos dois tipos de processamento, a depender das características da tarefa, utilizando-os de modo complementar, integrados, e a serviço do objetivo maior da leitura: a compreensão (KATO, 1999). A rigor, o processamento da leitura é uma atividade cognitiva que vai ocorrendo no “piloto automático”, sem que o leitor se dê conta dos processos mentais envolvidos. Aqui, portanto, da importância de a escola desenvolver um comportamento metacognitivo nos estudantes, em relação à leitura, orientando o desenvolvimento e uso de estratégias metacognitivas, como discutiremos a seguir
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