Abstract

O presente artigo tem como objetivo analisar o conservadorismo partilhado por setores da classe política paraibana na ocasião do golpe de Estado deflagrado no Brasil em 1964 e nos quatro primeiros anos da ditadura instaurada subsequentemente. Através da análise da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido político criado pelo regime autoritário com a finalidade de representar seus interesses nas instituições democráticas que se mantinham em funcionamento, nos dedicamos a compreender as motivações que levaram parte da classe política paraibana a associar-se ao golpe de 1964, a filiar-se à ARENA, bem como o apoio prestado na legitimação do regime. A premissa com a qual trabalhamos é que o que levou parte da classe política local a adotar postura favorável ao golpe e a ditadura foi um majoritário sentimento conservador, contrário às propostas de reforma de base do governo João Goulart e a atuação dos grupos e organizações populares e de esquerda no estado. Nesse sentido, um valoroso conceito que utilizaremos em nossa análise é o de cultura política, diagnosticando a existência de uma “cultura política brasileira”, dotada de valores, tradições, imaginários, práticas e representações políticas, as quais fundamentam uma conduta conservadora nesse estado. Os elementos conservadores presentes na “cultura política brasileira” foram identificados em discursos, entrevistas e textos publicado pelo partido e seus membros, presentes em fontes históricas como os jornais que circulavam na época e em documentos referentes a organização interna da ARENA.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call