Abstract
artigo propõe-se a traçar relações entre os projetos do Cenotáfio de Newton (1784), de Étienne-Louis Boullée, e do Cannaregio Town Square (1978), de Peter Eisenman, através do desenho como o lugar da realização destas arquiteturas. Para tanto, partimos dos confrontos e divergências em vez das similitudes e convergências. Além do desenho como interface desta dimensão, nos valemos também do tratamento de ambos os projetos como arquiteturas funerárias, por interpretarmos este trabalho de Eisenman como um cenotáfio em si, uma das poucas aproximações que fazemos entre os dois projetos. Tratamos, portanto, primeiramente de uma apresentação dos arquitetos, seguida das análises das referidas obras para, então, traçarmos nossas considerações acerca das características que os aproximam e, sobretudo, os afastam. Buscamos tensionar o suposto fio historiográfico da arquitetura que liga os diversos pontos dispersos por forças quase antagônicas, mas que possuem no desenho esta rede pela qual os projetos tornam-se um lugar do tempo suspenso entre o passado, o presente e o futuro; o locus solus que se configura em torno de sua própria realidade e permite a realização destas arquiteturas.
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