Abstract

O conceito de cidades educadoras valoriza o espaço urbano enquanto um local de aprendizado, vivência social e formação de valores. Pensar na juventude urbana de baixa renda, que habita a realidade segregada, incita a refletir sobre qual é o lugar desses jovens no contexto urbano. Esta pesquisa busca compreender como ocorre a relação do jovem de baixa renda com o espaço urbano e quais são os espaços e as formas de apropriação e interação social. A pesquisa caracteriza-se pela investigação qualitativa e utiliza a metodologia de estudo de caso, que contempla uma análise realizada com estudantes do primeiro e terceiro anos, em uma escola pública de ensino médio, localizada na cidade de Vila Velha, Espírito Santo, Brasil. Na coleta de dados foram utilizados questionários (de identificação e afetivo), diálogo guiado e mapeamento afetivo como instrumentos. A partir dos relatos dos jovens, sobre seus trajetos diários, os lugares que frequentam e que constroem vínculos, objetivou-se priorizar os discursos, conhecer o modo como ocorrem as relações socioespaciais e elaborar reflexões. Os resultados revelam que a maioria não vivencia o espaço urbano enquanto local de interação social, em razão da insegurança, violência e falta de oportunidades. Eles estabelecem suas rotinas majoritariamente em lugares fechados e acessam de forma limitada, geralmente através da escola, os equipamentos culturais do bairro e do município.

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