Abstract

A sensibilidade literária do século XIX, permeada pelo Romantismo, problematizou e tornou fluidas as fronteiras convencionais entre concepções antagônicas como belo e feio, bem e mal, real e fantástico. Redefiniu o que a tradição estética denominava de “grotesco”, dando a este uma importância inédita para a arte. Mas, mais do que ser simplesmente uma opção estética, a recorrência do tema da monstruosidade em obras ficcionais oitocentistas frequentemente desnudou as inquietações da época a respeito do devir histórico. Tomando como base essas premissas, iremos analisar o romance hugoano Notre-Dame de Paris, em seus possíveis entrelaçamentos com uma visão da História como monstruosidade.

Highlights

  • The nineteenth-century literary sensibility, permeated by the Romantic thought, questioned and blurred the conventional frontiers between opposite conceptions as beauty and ugliness, good and evil, real and fantastic

  • E, entre seres de aparência e atitude marcantemente agressivas e bestiais, destaca-se um monstro pensativo, de

  • Em 1853, o mesmo Victor Hugo que imaginou e construiu, através da literatura, as estranhas criaturas que iriam povoar a catedral de Notre-Dame e preencher o imaginário contemporâneo sobre a Idade Média, foi arrastado pela monstruosidade histórica: fugindo da tirania de Napoleão III, refugiou-se não no alto de uma torre, mas nas escarpas de uma ilha

Read more

Summary

Introduction

The nineteenth-century literary sensibility, permeated by the Romantic thought, questioned and blurred the conventional frontiers between opposite conceptions as beauty and ugliness, good and evil, real and fantastic. O manifesto hugoano a favor do grotesco será sucedido imediatemente pela composição de um dos seus mais célebres romances, a principal personagem – a própria catedral nomeada no título –, representação ostensiva da presença do passado histórico sobre o presente e sublime em sua grandiosidade monumental capaz de inebriar os sentidos[3], justapõe-se constantemente ao ser grotesco que a habita, o corcunda Quasímodo.

Results
Conclusion
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call