Abstract
Este trabalho é a imbricação de narrativas e pensamentos singulares respigados por semelhanças. Uma exposição assumida e partilhada. Escrita que advém do silêncio para depois se tornar algo conversado entre o corriqueiro na disposição da ação individual e conjunta. Aqui, desenrolam-se as palavras da mulher negra da/na roça e do homem negro e gay; palavras em conversação amplificadas no além-quarto de proteção. O texto é a narrativa do vivido na percepção de existências (des)afirmadas, portanto, uma autoetnografia (o método), objetivando a vocalização do eu-nós enclausurado(s) no “quarto” subjetivo. Trata-se de um artigo atípico no formato, posto que tem duas importantes divisões, marcadas pela fala. Primeiro a fala dela (a mulher negra da/na roça), modelando a casa de-si, pisando e formando os sentidos e as próprias estruturas do “quarto” artesanal em ligação com a natureza, a terra e a ancestralidade. Depois a fala dele (o homem negro e gay) desvelando suas diferenças no abafadiço asfixiante do “quarto” para depois alcançar a vastidão de-si. Entre Ela e Ele existe a escritora Carolina Maria de Jesus; elo atemporal de vidas negras que se afirmam na sua literatura de carne, osso, pele, cor negra e poética consciente das experiências estigmatizantes. É um texto simples sobre existências (des)afirmadas, calcado nas lutas objetivas e subjetivas entre racismos, homofobias, machismos e preconceitos. Reflexão das experiências sufocantes e amedrontadoras do passado-presente vivido no “quarto”. Supondo que toda pessoa tem um “quarto”, a(o)s autora(e)s apontam para a beleza de ter uma “janela”, preferencialmente, escancarada.
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