Abstract
A atual discussão sobre a problemática do bastardo acaba por igualar todas as formas de estigmatização, porém, apesar de os indivíduos estigmatizados apresentarem grande heterogeneidade entre si, todos trazem em comum certas características, sobre as quais o ensaio discorre. Tendo como base a questão do estigma enquanto desvio da norma, aborda-se a perspectiva da “diferença”, que supostamente afasta os indivíduos estigmatizados dos demais (igualando todas as formas de estigmatização), e a perspectiva da “semelhança”, que permite que as minorias se aproximem, na busca comum por organizar vozes a fim de debelar a exclusão e conquistar um objetivo compartilhado: o pertencimento. Argumenta-se que o estigma, além de meio concreto de materialização da dominação por meio da segregação, é também máquina de identidade coletiva potente, pois é determinante no processo de elaborar as características destacadas. Reflete-se ainda sobre a necessidade de combate à estigmatização, discutindo-se possíveis estratégias de enfrentamento.
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