Abstract
O presente trabalho buscou analisar o filme Pobres Criaturas, do diretor Yorgos Lanthimos, sob uma perspectiva de gênero, pela teoria da performance de gênero de Judith Buttler. A partir da revisão bibliográfica e sob as lentes da performatividade, no primeiro ponto, o trabalho buscou apontar uma breve síntese do longa-metragem, como panorama geral da obra e com a indicação dos pontos selecionados a serem estudados no desenvolver da pesquisa. Após esta indicação, no segundo ponto os estudos de Judith Buttler a respeito da performance de gênero foram mapeados, com a explicação daquilo que a autora denominou de atos repetitivos estilizados e ideia de subversão da performance. A partir desses entendimentos foi possível correlacionar tais estudos de gênero com as pontuações de cenas e momentos do filme que a personagem Bella Bexter dá uma nova roupagem ao esperado enquanto uma mulher da era vitoriana e tem comportamentos inadequados, sem se importar com padrões que ela deveria seguir, durante sua busca por si mesma, numa espécie de subversão. Como conclusões não limitadas, foi possível enxergar que a busca por autonomia e o desejo em conhecer o mundo fizeram da complexa personagem ambientada num filme aparentemente estranho, o campo para discutir um viés feminista, colocando em xeque os padrões da época em que se passa, e promovendo rupturas, com humor, quanto à performance de gênero.
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