Abstract
Tomando como objeto de interesse o trabalho “Bandeira brasileira” (2019-2021) realizada pelo carnavalesco Leandro Vieira – atuante em escolas de samba do Rio de Janeiro –, e mais especificamente sua exibição e posterior incorporação ao acervo do MAM-Rio, discutiremos problemáticas e estratégias presentes em recentes eventos que promovem trânsitos entre o chamado “popular” e a arte contemporânea institucionalizada. A partir de uma perspectiva decolonial, discutiremos como esses trânsitos entre carnavalescos e espaços institucionais da arte via curadoria e exposições, quando esses agentes e suas produções são assimiladas enquanto “arte contemporânea”, tensionam e reconfiguram as instituições artísticas e os modos como produzem narrativas, sentidos e legitimação. Para isso, contextualizaremos o caso de Vieira em relação a outros carnavalescos que também foram alvo de interesse de agentes e instituições artísticas diversos, e faremos breves considerações sobre o ofício do carnavalesco, suas práticas e saberes específicos, referenciado nas pesquisas de Helenise Monteiro Magalhães e Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti.
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