Abstract

Na concepção islâmica, os animais não-humanos formam comunidades que se assemelham às dos animais humanos. A partir de trechos das principais fontes do Islam, o Alcorão e as narrativas da vida do Profeta Muhammad, este artigo estuda as relações entre humanos e não-humanos como sustentadas pela tradição islâmica. Considerados os elementos doutrinários e ontológicos dispostos em tais fontes, apontamos para a possibilidade de uma leitura não-antropocêntrica e não-especista do Alcorão que revelam questões antropológicas compatíveis com aspectos da chamada "virada ontológica". Conclui-se, daí, que a tradição do Islam não sugere que os humanos desenvolvam conhecimento sobre os animais apenas, mas que aprendam com os animais, dada a potencialidade pedagógica dessa relação para um melhor entendimento da condição humana.

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