Abstract

A utilização de mídias sociais digitais como instrumento para o recrutamento e a participação em eventos de protesto tem sido considerada pela literatura internacional como um dos principais ingredientes da transformação nas condições e dinâmicas de participação política nos últimos anos. No Brasil, os “protestos de junho” em 2013 evidenciaram a intensificação do uso da internet e das redes sociais no recrutamento e mobilização política. Este artigo pretende demonstrar que, o uso de tais ferramentas nos protestos anticorrupção no Brasil, a partir da onda de protestos iniciada internacionalmente em 2011, expressou o enfrentamento a um sistema político que monopolizava e represava insatisfações e demandas por transformação. Ele se tornou aos poucos um dos principais veículos de aglutinação, manifestação e ação de organizações, grupos e lideranças liberais, conservadores e de direita em torno de uma agenda comum. Esta análise mostra a relevância da dimensão política para compreender o processo de utilização das mídias sociais digitais na dinâmica da participação política.

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