Abstract
Ancorado no conceito de Reescrita de Lefevere (1993), junto aos estudos de Arrojo sobre a tradução como palimpsesto (1986), esse artigo objetiva a análise e reflexão do processo tradutório da obra da escritora, e primeira editora negra dos Estados Unidos, Mary Ann Shadd intitulada A Plea for Emigration, publicada em 1852 e traduzida pelos autores como Um Apelo à Emigração. O exercício de traduzir um texto do século XIX da língua inglesa para o Português do Brasil do século XXI passa pela concepção de reexistência de Souza (2009), que dá fôlego, justifica e caracteriza nosso projeto de tradução e os debates em relação ao tom arcaico da obra. Como método, realizamos uma extensa pesquisa em relação a questões sociológicas, histórico-geográficas e políticas sobre os EUA e o Canadá, igualmente, pesquisas de cunho etimológico, semântico, gramaticais e hermenêuticos, e por fim, os exemplos práticos envolvendo fatores ambientais, clima, e economia do Canadá. Como pano de fundo, são colocadas em perspectiva teorias feministas da tradução, como a de Castro (2017) e o conceito de epistemicídio de Carneiro (2005), destacando as razões da escolha e da importância de Shadd e sua obra. Os dados foram captados através da leitura do texto fonte e de materiais adicionais como jornais de época, Estatutos e Leis. Os resultados mostram um projeto de tradução ético, que analisa e se atém ao objetivo do panfleto na época. Termos utilizados no passado foram mantidos e notas de rodapé inseridas quando necessário para não incorrer no risco de serem anacrônicos, construindo uma tradução acessível.
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