Abstract
O objetivo do presente trabalho é apresentar o dilema sucedido no setor de fabricantes de aeronaves para a aviação comercial referente à inserção de novas tecnologias e o ingresso de novas empresas neste mercado ao longo do ano de 2011. Destacamos a questão da posição ocupada pela empresa Embraer neste cenário diante do duplo desafio que se apresentou: como manter sua posição de destaque no segmento em que já era líder (de 61 a 120 assentos), mediante a chegada de novos concorrentes; e, por outro lado, ponderar a possibilidade de ingressar em um novo segmento que historicamente é dominado pelo duopólio Airbus-Boeing (superior a 120 assentos). O arcabouço teórico busca articular tais questões à Teoria dos Jogos, instrumental utilizado para analisar as estratégias das empresas concorrentes no setor e suas tomadas de decisões diretamente relacionadas e influenciadas pelas tomadas de decisões dos adversários. As decisões posteriormente efetivadas levaram a Embraer a promover mudanças nos motores das aeronaves da família E-Jet, visando a manutenção da liderança no segmento, ao passo que a possibilidade de ingresso em um novo segmento foi descartada.
Highlights
■ JTL|RELIT is a fully electronic, peer-reviewed, open access, international journal focused on emerging transport markets and published by BPTS - Brazilian Transport Planning Society
O cenário competitivo que se formou a partir do final da década de 2000 levou a Embraer a cogitar duas alternativas, em teoria mutuamente excludentes por conta dos custos envolvidos: realizar algum grau de renovação em seu produto E-Jet, ou partir para a competição por um segmento de mercado de capacidade de transporte de passageiros e de alcance superiores
Disponível em exame.abril.com.br Exame (2011b) Embraer estuda novas famílias de aeronaves
Summary
A intensa divisão social do trabalho deixou sua marca no setor de fabricação de aeronaves, segmentando profundamente os processos de fabricação em empresas especializadas em componentes e empresas que efetuam de fato a montagem da aeronave. Seguindo o exemplo dado acima, podemos considerar uma nova hipótese onde a Embraer, que não atua na fabricação de aeronaves com capacidade superior a 120 passageiros, cogite entrar neste segmento dependendo da tomada de decisão das líderes Boeing e Airbus. Recuperando a noção segundo a qual a indústria aeronáutica organiza-se por meio de uma intrincada cadeia de fornecedores, os riscos envolvendo os momentos de transição entre ciclos tecnológicos tornam-se ainda maiores: como o processo de fabricação de aeronaves envolve uma vasta gama de diferentes componentes, é necessário que os projetos consigam englobar todos os elos da corrente, mantendo a delicada harmonia entre as diferentes etapas da produção. A etapa seguinte de nossa análise dará maior ênfase às questões que ligam a Embraer de maneira mais explícita, direta, a este problema de posicionamento perante ciclos tecnológicos
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