Abstract

O presente artigo se dedica à compreensão dos mecanismos que teceram historicamente o véu ideológico (ADORNO, 1996), envolvido com a naturalização de preconceitos e, consequentemente, a discriminação do outro diferenciado, com ênfase nas questões étnico-raciais. Partiremos da noção de que a presença do autoritarismo no desenvolvimento da sociedade brasileira seria um fator importante para explicar, no contexto brasileiro, o fenômeno da semiformação – como descrito por Theodor W. Adorno (1996), enquanto desencadeador de processos discriminatórios. Nesse sentido, discutiremos as relações entre o autoritarismo e a sustentação de preconceitos fundamentais, em seus aspectos históricos e psicológicos, em especial o racismo contra a população negra no Brasil, sustentado pelo ideário de branqueamento nos processos de miscigenação, identificado entre os fatores ideológicos para a discriminação racial, com consequências sociais importantes. Partir-se-á da análise das condições atuais aparentemente favoráveis, em que se percebe o esforço para a convivência democrática e a valorização das diferenças – amparados por leis e diretrizes gerais da educação - Contudo, há que se evidenciar e discutir as persistentes dificuldades no desenvolvimento da consciência dedicada à desconstrução dos padrões dominantes, fatores estes que determinariam os retrocessos democráticos em meio aos avanços intermitentes no contexto pedagógico e social. Espera-se fomentar a constituição da consciência crítica, por meio da elaboração do passado histórico de modo a contribuir na construção de espaços escolares e sociais dedicados a autorreflexão e o desenvolvimento de experiências significativas e emancipatórias. Além disso, espera-se que tal análise sirva posteriormente como meio para expor o fenômeno em suas manifestações internas à estrutura e dinâmica escolares

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