Abstract

O conteúdo deste artigo está vinculado a uma pesquisa que aborda a temática Inclusão Escolar com foco no problema da prática educacional que se configura como patologizante das dificuldades ligadas ao processo de escolarização por meio de sua transmudação em transtornos. O objetivo é discorrer a respeito da prática de patologização da educação que vem se instaurando de forma naturalizada no interior das escolas, partindo da ideia de que esta prática se intensificou com a implantação da escola inclusiva e a interpretação do conceito de necessidades educacionais específicas sob a visão de um modelo baseado no defeito. Quanto à metodologia, é uma pesquisa de cunho qualitativo e documental, que vem sendo realizada com o objetivo de traçar aproximações entre a realidade da Educação Inclusiva, no Brasil e na Argentina. Traz o resultado de um estudo teórico a partir de autores como Mitller (2003), Moysés e Collares (2014) e uma pesquisa documental em relatórios estatísticos disponibilizados pelos Ministérios da Educação do Brasil e da Argentina, com recorte temporal de 2017 e 2021, trazendo dados quantitativos da matrícula de alunos com diagnóstico de deficiência intelectual. Os resultados apontam um aumento significativo de crianças e jovens, matriculados em classes comuns, na Educação Básica, modalidade de Educação Especial, diagnosticados com esta condição. Considerando a prática do diagnóstico aligeirado e a identificação precoce de problemas em escolares que fogem ao padrão escolar normalizado, acredita-se que a dificuldade no processo de escolarização deixa de ser foco de um investimento pedagógico para se tornar uma questão clínica.

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