Abstract
O presente artigo pretende pensar como a obra da escritora Carolina Maria de Jesus pressiona a abertura de uma possibilidade de afirmação da noção de autonomia literária, na qual, paradoxalmente, vida e obra estão irremediavelmente associadas em sua dimensão estética e política em relação com a história e a cultura. A noção de autonomia que aqui se vislumbra resiste, portanto, constantemente ao risco de isolamento, alienação e solidão, atravessamentos que significariam o ponto final da escrita. Para tal, toma como ponto de partida os modos de produção de aberturas de espaço nos diários Quarto de despejo (1960), Casa de Alvenaria (1961) e Onde estaes felicidade (2014) que projetam uma cena literária que permite a (co)existência de elementos postos de fora do espaço da representação.
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