Abstract

Este artigo pretende analisar algumas correspondências pertencentes ao espólio do poeta e crítico Adolfo Casais Monteiro, manuscritos que estão atualmente afiançados na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa. O que buscarei evidenciar neste trabalho são algumas implicações que o apelo à sinceridade deixa na materialidade do corpus de Casais Monteiro. Procurarei, assim, compreender alguns elementos essenciais que estão em causa na relação profícua que o autor estabeleceu com o Brasil e com os poetas brasileiros. A partir do cotejo de algumas cartas de poetas como Manuel Bandeira e Drummond, elaboro a hipótese da viabilidade de um sentido ontológico da sinceridade, que é partilhada não só por Casais, como também pelos poetas com quem trocou correspondência. Com isso, sustentarei o argumento da viabilidade de uma mútua valorização da sinceridade como força vital, o que permite novas reflexões sobre as relações entre as literaturas portuguesa e brasileira, em um momento modernista de aparentes desencontros apontados pelos críticos.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call