Abstract

Todo processo decisório coletivo parte de um denominador comum de conhecimento sobre o assunto em discussão. A pauta do desenvolvimento urbano requer que as informações sejam espacializadas, caso contrário perde-se a relação entre os processos sociais e as transformação do ambiente construído. Até pouco tempo, a produção de plantas, croquis emapas demandava muitos recursos, e por essa razão a atividade era facilmente monopolizada pelos grupos dominantes, via de regra agentes estatais ou setores privados interessados em influenciar os rumos do processo de produção da cidade. O atual contexto de digitalização das relações sociais desestabiliza o processo tradicional de representação das questões urbanas adicionando novas camadas de desigualdades, cujos efeitos estamos apenas começando a desvendar. Entre uma visão celebratória - que pressupõe o potencial democratizante da produção e manipulação de dados digitais - e uma visão pessimista - que considera inexorável o controle da esfera pública por corporações privadas - há um interessante debate. A dissertação de Flavia Maia, intitulada “Urbanismo smart e a política da visibilidade digital: mapeando informalidade na cidade do Rio de Janeiro (2008-2016)”, contribui para avançarmos, adicionando nuances importantes à esta discussão.

Highlights

  • Todo processo decisório coletivo parte de um denominador comum de conhecimento sobre o assunto em discussão

  • A produção de plantas, croquis e mapas demandava muitos recursos, e por essa razão a atividade era facilmente monopolizada pelos grupos dominantes, via de regra agentes estatais ou setores privados interessados em influenciar os rumos do processo de produção da cidade1

  • Na iniciativa do Google, a visibilização de aspectos que denunciam o dever do estado em garantir os direitos urbanos mínimos àquela população foi preterida, contribuindo para perpetuar nos moradores um status de cidadania incompleta, sempre existente, porém agora com uma nova roupagem (Freitas, 2019)

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Summary

Introduction

Todo processo decisório coletivo parte de um denominador comum de conhecimento sobre o assunto em discussão. Ao adotar o termo “visibilidade” para descrever os efeitos dos mapeamentos digitais das favelas, a autora minimiza a importância da discussão sobre o recurso tecnológico mais adequado, e põe em evidencia a questão “quem decide que informação será produzida?”.

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