Abstract
No ensaio, analisamos o recrudescimento da autocracia burguesa no atual estágio de desenvolvimento do capitalismo dependente brasileiro. Para isso, dialogamos com as contribuições de Florestan Fernandes e Octavio Ianni e outros importantes autores da tradição marxista do pensamento social brasileiro, de modo a apreender aspectos nevrálgicos de nossa formação social e analisar tal recrudescimento autocrático sobretudo nas políticas sociais, sistema penal e segurança pública. Temos a Nova República (NR) como período de expansão lenta e gradual da autocracia burguesa nos moldes do capital-imperialismo e neoliberalismo. O bolsonarismo se desenvolve nos marcos democrático-burgueses da NR, explicitando esse caráter autocrático, manifestando o seu aguçamento e o recrudescendo. Analisando a tríade das políticas sociais, segurança pública e sistema penal, concluímos que, atrás de véus democráticos, não só tinha continuidade a normalidade autocrática do capitalismo dependente brasileiro, como essa se sofisticava e recrudescia, sendo o bolsonarismo expressão e conformador desse processo.
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