Abstract

Procedimento muitas vezes visto pela historiografia da arte como marginal e periférico, a apropriação de imagem tem sido fundamental para artistas contraporem valores entre tempos históricos distintos. O artigo objetiva refletir acerca dos desvios semânticos presentes nas abordagens de produções dos artistas brasileiros Caetano de Almeida, Renato Medeiros, Alex Flemming, Odires Mlászho, Camila Soato e Calasans Neto, que utilizam a apropriação de imagem de obras classiciantes, com ênfase na francesa Orlan. As reflexões originam-se de conteúdos inicialmente abordados em pesquisa de doutoramento, agora ampliados, e utiliza uma combinação dos métodos de análise e síntese, analítico-comparativo e conhecimentos do método histórico. Os artistas enfocados evidenciam olhares críticos e anticlássicos ao contrapor culturas e tradições distintas, em especial em obras classicizantes de Ingres e David. Seus tabalhos resultam em apropriações de imagens de obras-fontes de diversas origens e tempos históricos, constituindo-se em manifestações híbridas que rechaçam valores colonialistas e eurocentristas, e trazem à luz questões pluralistas relevantes do tempo presente. O artigo conclui ser a apropriação de imagem um locus preferencial das expressões da arte contemporânea, por conferir novos e diferenciados significados à arte antiga.

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