Abstract

A partida, a chegada, o recomeço e a esperança do retorno fizeram do Homo Sapiens um animal que se distingue dos demais animais pelas suas características errantes. Apesar da existência de outros seres nômades, o homem é o único capaz de estabelecer laços imaginários com o seu território, os quais são repassados, no formato de nostalgia, aos seus descendentes. Dessa forma, a ideia de um sujeito imaginário que pertencia a uma pátria e criou novos laços em outro território, agregando, à sua cultura a cultura de outros povos que habitam a nova pátria, mostra-se como um paradoxo entre o pertencimento e o não-pertencimento, considerando que as nações, assumem o papel de comunidades imaginadas. Partindo desse princípio, o presente trabalho buscará elementos diaspóricos nos poemas da paranaense Helena Kolody, os quais evidenciam a mescla cultural das comunidades ucranianas estabelecidas no Brasil da metade do século XIX até o início do século XX entre a cultura eslava e a brasileira. Logo, a representação do imigrante ucraniano no Brasil abordará o hipotético surgimento de um novo sujeito, miscigenado por duas culturas, o qual cria raízes com o novo lugar sem esquecer da terra dos seus antepassados. Para tanto, serão levadas em consideração as teorias acerca da diáspora, em especial àquelas discutidas por Stuart Hall, bem como dos estudos culturais, pela voz de Terry Eagleton, os quais, somados à teoria literária, terão seu escopo voltado aos versos da escritora supracitada, em um movimento analítico e teorético.

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