Abstract

Neste artigo, parto da premissa de que as mudanças sociais e tecnológicas que envolvem a produção e circulação de música popular hoje, com o declínio de certas mídias, ascensão de outras, como as plataformas de streaming, na tensão entre materialidade e imaterialidade desafiam os museus de tipologia de Imagem e Som (MIS) a desenvolver novas políticas museológicas ante o risco de se formarem lacunas em seus acervos, dificultando a produção da memória e da história referentes à canção popular brasileira do século XXI. Para tanto, proponho-me, num primeiro momento, a examinar historicamente a constituição do que estou denominando “objeto aural”, ou seja, o som – e por consequência, a música popular - capturado enquanto registro pelo advento da fonografia, e sua subsequente inserção nos cenários institucionalizados de salvaguarda patrimonial, conferindo destaque ao contexto brasileiro. Na segunda seção do texto, abordarei sinteticamente as transformações sofridas pela fonografia nos meios digitais. Trarei em caráter experimental e complementar, material empírico recolhido em pesquisa em andamento junto ao MIS-SP, pinçando dentre suas atividades regulares o projeto Estéreo MIS, dedicado a promover apresentações e registros audiovisuais por entrevistas concernentes a artistas associados à dita “música independente” no Brasil. Privilegiando a análise de alguns desses depoimentos, procuro demonstrar a valia desse tipo de política de acervo diante da problemática levantada e dos caminhos que esta pode apontar, aventando como resposta às questões a adaptação de experiências participativas no âmbito das políticas de patrimônio e de musealização associadas a objetos aurais.

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