Abstract

Este artigo discute os princípios da formação continuada de professores dos anos finais do Ensino Fundamental, em uma rede municipal de ensino do interior paulista, entre 2010 e 2014. Identificaram-se as perspectivas acerca da formação continuada de professores, em documentos da Secretaria Municipal de Educação, e a prática educacional, segundo a visão de orientadores pedagógicos. Trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa. O método incluiu a análise de documentos e entrevistas semiestruturadas com cinco orientadores pedagógicos e dois coordenadores responsáveis pela formação continuada no município. Os resultados indicaram que a rede de ensino tem optado pela constituição de modelos formativos antagônicos, de teores pragmáticos e neoliberais. Há diálogos desajustados entre as escolas e a Secretaria Municipal de Educação, fruto das condições de trabalho do professor, atravancando a consolidação da política de formação continuada de professores no município.

Highlights

  • This paper discusses the principles of continuing teachers education of the final years of the Elementary School from a municipal education network in the countryside of São Paulo from 2010 to 2014

  • Este artigo é resultado de uma pesquisai que busca discutir as seguintes problemáticas: como se constituiu a política de formação continuada de professores para os anos finais do Ensino Fundamental, entre 2010 e 2014 na rede municipal de uma cidade no interior paulista? Que aproximações e/ou distanciamentos são possíveis de se identificar entre o discurso oficial e a prática da Unidade Educacional (UE), segundo a visão de orientadores pedagógicos (OP)?

  • As análises das entrevistas basearam-se nos pressupostos teórico-metodológicos de Aguiar e Ozella (2013), que propõem estratégias para apreender os significados e os sentidos atribuídos pelos sujeitos participantes à temática em questão

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Summary

As diretrizes de formação continuada no município em questão

Em 2010, a SME do município investigado, elaborou, com base em uma Comissão de Conselho Consultivo Pedagógico, formada por seis especialistas (a saber: um coordenador da Setorial de Formação, dois orientadores pedagógicos e três coordenadores pedagógicos), um documento apresentando as Diretrizes de Formação Continuada aos Profissionais da Educação. O município descumpre o Artigo 67, inciso II da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9394/96 (BRASIL, 1996), segundo o qual o profissional da educação possui direito à licença remunerada para concluir cursos de pós-graduação. O segundo aspecto que rege a política de FCP no município é a consideração desse tipo de formação como inerente ao trabalho do profissional da educação, alinhando-se com os estudos de Davis et al (2011). O município não oferece condições concretas nessa direção, pois descumpre a Lei no 11.738/2008, que trata do piso salarial (BRASIL, 2008) e estabelece a interação do professor em, no máximo, 2/3 (dois terços) de sua carga horária com os alunos, destinando 1/3 da jornada de trabalho à realização de atividades fora da sala de aula, sem a presença dos alunos. Mas não vamos detalhar essas questões, pois extrapolam os limites desse texto

Os cursos e grupos formativos propostos pelo município
Os núcleos de significação
Considerações finais
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